Para o bem ou para o mal dos momentos em que divago sobre as páginas deste diário, estou só.
Tenho como companhia apenas o silêncio e a solidão... balançam-se as águas, roncam as ondas numa percussão devastadora.
Estar só é algo estranho, estar sozinho é igualmente estranho.
Os rumos que se abrem em meio à jornada são uma companhia agradável, contudo. Desvelam sempre uma possibilidade, uma oportunidade, uma renovação...
Entretanto, na inseparável companhia que eu fiz de mim próprio, segredo para mim mesmo, tendo o silêncio por testemunha, que os rumos levam para onde a gente deve, precisa mas não quer ir.
O.T.Velho
Um dia qualquer se abril de algum ano desconhecido, em local ignorado
terça-feira
5º DIA - AS HORAS SÃO FRÁGEIS
As horas são frágeis como o piar das gaivotas...
Vivo em todas as horas, como se não fosse eu nem horas... Vivo no alheio...
Penso que eu não sou eu mas devo imitar alguém que fingia ser outro e de fazê-lo tão amiúde não soube mais a que devia seu existir...
As horas são frágeis para o timoneiro que vislumbra pela janela dos olhos um horizonte distante e turvo.
O.T.Velho
Um dia qualquer se abril de algum ano desconhecido, em local ignorado.
Vivo em todas as horas, como se não fosse eu nem horas... Vivo no alheio...
Penso que eu não sou eu mas devo imitar alguém que fingia ser outro e de fazê-lo tão amiúde não soube mais a que devia seu existir...
As horas são frágeis para o timoneiro que vislumbra pela janela dos olhos um horizonte distante e turvo.
O.T.Velho
Um dia qualquer se abril de algum ano desconhecido, em local ignorado.
4º DIA - O HOJE PARECE ETERNO
O dia de hoje parece ser eterno... Tem as características da eternidade, tem todas as nuances do interminável.
Algo o fez assim ou assim o vejo...
Se algo ou alguém assim o fez não há remédio. Se assim o sinto algo deverá ser feito.
Os dias em mim são intermináveis, mas não são eternos.
Penso que a eternidade seja o conjunto de tudo aquilo que termina não do modo como se dá ou acontece mas do modo como não sabemos.
O.T.Velho
Um dia qualquer se abril de algum ano desconhecido, em local ignorado.
Algo o fez assim ou assim o vejo...
Se algo ou alguém assim o fez não há remédio. Se assim o sinto algo deverá ser feito.
Os dias em mim são intermináveis, mas não são eternos.
Penso que a eternidade seja o conjunto de tudo aquilo que termina não do modo como se dá ou acontece mas do modo como não sabemos.
O.T.Velho
Um dia qualquer se abril de algum ano desconhecido, em local ignorado.
3º DIA - AO LUGAR INSABIDO JAMAIS SE CHEGA
Meus olhos se cravaram numa terra imáginária de tal modo que a antevisão do mundo aberto à minha frente não me parece real.
Vou-me... sigo por onde a bússola de meus sentidos aponta, sem a certeza de que o norte está para onde avanço.
Meus olhos veem, meu corpo sente, e em meus ouvidos chegam os sinais claros de um lugar imerso na distância. Na mais remota distância de minha alma...
Ir sempre é ir... Não importa para onde...
O ato de ir é claro em sua acepção e não deixa dúvidas: algo existem em algum lugar...
Vou-me... sigo por onde a bússola de meus sentidos aponta, sem a certeza de que o norte está para onde avanço.
Meus olhos veem, meu corpo sente, e em meus ouvidos chegam os sinais claros de um lugar imerso na distância. Na mais remota distância de minha alma...
Ir sempre é ir... Não importa para onde...
O ato de ir é claro em sua acepção e não deixa dúvidas: algo existem em algum lugar...
O.T.Velho
Um dia qualquer se abril de algum ano desconhecido, em local ignorado.
quinta-feira
2º DIA - RUMO INCERTO NÃO É UM ESTADO, É UM LUGAR
quinta-feira
Continuamos rumando a boroeste de algum ponto indeterminável. A terra é uma massa disforme e inconsistente que de afasta de nossa visão.
Impressiona-me ainda os detalhes colhidos, por minha mente, na noite anterior relativos às informações cartográficas sobre o o Atlântico Sul, a costa oeste da África, a costa oeste da América do Sul e o norte da Antártica.
Percebo que a noção de estar e pertencer começam a tornar-se frágeis.
O mundo repousa sobre um sofisma inquebrantável.
As horas já não pertencem a cronologia milenária. A noção de tempo alcança atinge os píncaros da relatividade.
Termino o dia degustando ainda as sóbrias páginas de o Kitabi Bahriyre (Livro da Marinha), de Piri Reis.
O resto é solidão e cansaço.
O.T.Velho
Um dia qualquer se setembro de algum ano desconhecido, em local ignorado.
Impressiona-me ainda os detalhes colhidos, por minha mente, na noite anterior relativos às informações cartográficas sobre o o Atlântico Sul, a costa oeste da África, a costa oeste da América do Sul e o norte da Antártica.
Percebo que a noção de estar e pertencer começam a tornar-se frágeis.
O mundo repousa sobre um sofisma inquebrantável.
As horas já não pertencem a cronologia milenária. A noção de tempo alcança atinge os píncaros da relatividade.
Termino o dia degustando ainda as sóbrias páginas de o Kitabi Bahriyre (Livro da Marinha), de Piri Reis.
O resto é solidão e cansaço.
O.T.Velho
Um dia qualquer se setembro de algum ano desconhecido, em local ignorado.
quarta-feira
1º DIA - TODO INÍCIO TEM UM COMEÇO
quarta-feira
A vida é um breve livro de histórias com protagonistas e uma tripulação.
Este (eu) desafortunado que navega "por mares dantes nunca navegados", sequer pressupõe que ruma por águas há muito conhecidas...
O Livro de Bordo nada mais é que um registro de si mesmo. É ele, antes de tudo, um livro auto-biográfico...
Ao longe as águas são calmas. A calmaria assusta, parece anteceder sempre um caudal de tormentos e revoltosas ondas...
No céu calmo nenhum prenúncio. O firmamento esconde sempre um algo insondável e inexplicável...
O curso predefinido direciona-me a lugares onde outros estiveram. O que viveu outrém não me dá, francamente, uma perspectiva segura...
A terra se afasta de nós... pela primeira vez noto que estive em terra firme e agora me questiono o que de fato é "terra firme"?...
Encerro o dia relendo os breves relatos do cartógrafo Piri Reis ou Hadji Muhammad, almirante do império Turco-Otomano, que viveu entre 1465 e 1554 e foi autor do "Livro da Marinha", que traz um mapa-múndi, por ele desenhado e então chamado de o "Mapa de Piri Reis".
O.T.Velho
Um dia qualquer se setembro de algum ano desconhecido, em local ignorado.
Este (eu) desafortunado que navega "por mares dantes nunca navegados", sequer pressupõe que ruma por águas há muito conhecidas...
O Livro de Bordo nada mais é que um registro de si mesmo. É ele, antes de tudo, um livro auto-biográfico...
Ao longe as águas são calmas. A calmaria assusta, parece anteceder sempre um caudal de tormentos e revoltosas ondas...
No céu calmo nenhum prenúncio. O firmamento esconde sempre um algo insondável e inexplicável...
O curso predefinido direciona-me a lugares onde outros estiveram. O que viveu outrém não me dá, francamente, uma perspectiva segura...
A terra se afasta de nós... pela primeira vez noto que estive em terra firme e agora me questiono o que de fato é "terra firme"?...
Encerro o dia relendo os breves relatos do cartógrafo Piri Reis ou Hadji Muhammad, almirante do império Turco-Otomano, que viveu entre 1465 e 1554 e foi autor do "Livro da Marinha", que traz um mapa-múndi, por ele desenhado e então chamado de o "Mapa de Piri Reis".
O.T.Velho
Um dia qualquer se setembro de algum ano desconhecido, em local ignorado.
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